Maria Montessori nasceu em Chiaravalle na província de Ancona, Itália, em 31 de Agosto de 1870.
Com quatorze anos, ela se interessou por matemática e passou a freqüentar uma escola técnica. Mais tarde foi aceita na faculdade de medicina e se tornou a primeira mulher da Itália com diploma de Doutora em Medicina, em 1896.
Logo depois da sua formatura, Dra. Montessori foi designada para trabalhar como doutora assistente numa clínica psiquiátrica na Universidade de Roma. Parte do seu trabalho era de visitar os asilos dos loucos de Roma para encontrar estudos interessantes para a clínica pesquisar. Foi desta maneira que se interessou pelos deficientes que, nesta época ficavam juntos com os loucos. Com o passar do tempo tornava-se cada vez mais claro para ela que deficiência mental era mais um problema pedagógico do que um problema médico. Passou a acreditar que, com uma educação especial, suas condições melhorariam muito, idéia que dividia com Jean Itard e Edouard Séguin, entre outros.
Em 1899, num congresso pedagógico em Turim, Dra. Montessori referiu-se à sua crença de que crianças deficientes não são seres extra-sociais, e deveriam ter os benefícios da educação tanto quanto, ou até mais do que as crianças normais.
Montessori dirigiu uma escola para essas crianças, o que realmente aconteceu entre 1899 à 1901. À esta escola foram trazidas crianças consideradas deficientes de várias escolas e as que estavam nos asilos de loucos. Baseou seu trabalho em livros de Itard, Seguin e Froebel, homens que percorreram a linha de Rousseau.
Montessori utilizou muitos dos materiais idealizados por Seguin e criou muitos outros para seus alunos fazerem uso. O sucesso foi tanto que algumas crianças que vieram dos asilos aprenderam a ler e escrever tão bem que foram aprovadas num teste do estado para crianças não portadoras de deficiência que são realizados para avaliar em que nível estas se encontram e até mesmo para verificar o próprio ensino da rede pública.
Esse sucesso fez Maria Montessori pensar o que poderia haver de errado na educação das crianças não portadoras de deficiência que eram reprovadas neste tipo de teste que até mesmo seus alunos especiais foram aprovados. Passou a acreditar que se desenvolvesse um método similar de alguma forma com o que havia aplicado nas crianças portadoras de deficiência, conseguiria trazer êxito na aprendizagem das crianças que não foram aprovados nos testes do Estado.
Por isso Dra. Montessori deixou seu emprego na escola para deficientes e apesar de já ser mestre na Universidade de medicina, passou a estudar filosofia e psicologia por mais sete anos, pois acreditava que precisava de uma formação mais profunda no assunto para somente então colocar em prática o que lhe parecia coerente.
Em 1907, Maria Montessori passou a lecionar crianças que habitavam uma moradia na periferia de São Lourenço, Roma. Neste lugar ela fundou a Casa dei Bambini, uma escola para sessenta crianças extremamente pobres que não teriam a oportunidade de estudar se não fosse a escola de Montessori que a definia desta maneira:
“Nossa escola era uma casa para a criança, ao invés de uma escola de verdade. Preparamos um lugar para as crianças onde uma cultura diferente pudesse ser assimilada ao meio ambiente, sem nenhuma necessidade para instrução direta.”Maria Montessori
Suas idéias eram capazes de mudar o rumo da educação no mundo. Mas, de alguma forma, pareciam muito avançadas para o rumo educacional da época, e apesar de Maria Montessori ter divulgado suas idéias inclusive nas Américas, no Brasil só era lembrada pelos seus seguidores.
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