"A inteligência da criança observa amando e não com indiferença - isso é o que faz ver o invisível." | Maria Montessori

Bater ou não? Eis a questão


Artigo escrito para o jornal "Correio Popular" no ano de 2005


Como mãe, diria que nós pais temos nossos limites de paciência e somos seres humanos imperfeitos, que erram. Essas seriam duas “boas” razões para batermos em nossos filhos.

Como pedagoga, responderia que infelizmente nossa paciência é abalada por todos os acontecimentos em nossas vidas, mas nem sempre podemos “explodir” de raiva demonstrando o fim desta paciência, como por exemplo, no trabalho. Com nossos filhos, seres diretamente subordinados a nós, que não conseguem retrucar nossas ações mais rudes, pelo menos até uma certa idade, temos o poder, que nós mesmos nos instituímos, de aumentar o tom de voz, gritar, berrar, beliscar, puxar orelha e até bater, ficando a nosso critério, a maneira que devemos expor nossa raiva.

Como seres humanos, podemos errar repetidamente sem culpa, se não soubermos que estamos errando e quais as conseqüências que esses erros trarão para nós, para nossos filhos e, principalmente, para nosso relacionamento com eles.

Acredito que não há melhor educador de uma criança que seus pais, mas com o distanciamento que vemos ocorrer entre pais e filhos nos dias atuais, muitos pais se vêem perdidos, sem ter a mínima idéia de como educar seus filhos. Neste sentido, nós pais, precisamos nos educar, e tentar compreender melhor cada uma das fases dos nossos filhos, e assim, supri-los da melhor maneira possível em suas diversas necessidades.

Tenho certeza que a maior necessidade dos nossos filhos é a de receber amor. Sabendo disso, e apesar de continuarmos sendo seres humanos imperfeitos e que erram, precisamos nos lembrar, que também somos ditos racionais e nossos filhos são da mesma espécie.









Camila Isola Guimarães, pedagoga licenciada pela UNICAMP, diretora da Escola Montessori de Campinas e mãe do Pedro, do João e da Helena





Imagem Cacá Dominiquini

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