Artigo escrito para o jornal "Estilo Vida" em novembro de 2005
Como saber o que é melhor para nossos filhos? Qual a melhor educação? Melhor escola? Essas perguntas ecoam na cabeça de todos os pais que já enfrentam as dificuldades do mercado de trabalho e gostariam de amenizar o sofrimento dos filhos na hora que eles tiverem que buscar suas próprias conquistas e ainda serem felizes!
Parece impossível saber a resposta para um futuro que a princípio está tão distante, mas se dividirmos essa questão em partes talvez possamos encontrar a resposta.
Começando pelo fato de que a melhor maneira de nossos filhos serem felizes é com certeza fazendo aquilo que gostam. Imaginando uma criança antes dos sete anos acreditamos que ela só quer brincar para ser feliz. Realmente brincar é essencial para uma infância saudável, mas seu filho está num período de grande necessidade de aprendizado e é capaz de buscar sua própria educação quando encontra uma sala de aula com materiais que trabalhem seu conhecimento concretamente.
Na educação do futuro você tem estes materiais. Numa sala de aula desenvolvida pela Dra. Maria Montessori você encontra atividades que ensinam desde grande e pequeno até a leitura e escrita. Essas atividades ficam a disposição do seu filho para que ele escolha o que deseja aprender na hora que ele quiser aprender.
“- Ah! mas meu filho não vai querer aprender nada, vai ficar brincando...”
Toda criança deseja aprender, é um movimento subconsciente, o que chamamos de período sensível, que deve ser explorado por ele na hora certa, com os materiais corretos.
“Então meu filho está feliz por que está fazendo o que ele quer. Mas isso não basta para que ele conquiste seu espaço.”
Realmente, ele precisa saber conviver com os outros, saber interagir, se colocar e ouvir seus colegas admitindo que sabe mais que uns e menos que outros sem ter frustrações e ainda aprender com isso. Na educação do futuro você tem uma sala de aula com idades misturadas. Crianças de 0 a 3 anos, 3 a 6 anos, 6 a 9 anos, 9 a 12, 12 a 15 e 15 a 17/18 aprendem que seus colegas mais velhos podem ser excelentes professores e bons exemplos; os mais velhos, por sua vez, ganham auto-estima, confiança e segurança na hora de ensinar um conteúdo que já haviam aprendido. Isso acontece numa sala montessoriana. O tempo inteiro seu filho estará interagindo com seus colegas. Ele tem a responsabilidade de escolher sua atividade e terminá-la, mas pode circular livremente dentro deste ambiente saudável conquistando amigos e construindo seu lado social e emocional. Essa convivência traz um ambiente de muito amor e respeito direcionando seu filho na busca da educação para a paz. Um dos princípios básicos de uma escola Montessoriana e uma necessidade eminente no planeta em que vivemos.
"Meu filho já faz o que gosta, já sabe conviver e respeitar seu colega mas ainda não come nada, seu quarto está sempre uma bagunça e eu gostaria que ele se preocupasse com a natureza para garantir que haverá vida no planeta além da humana!”
Na escola do futuro a preocupação do indivíduo como um todo é primordial. Numa escola Montessori tudo tem seu lugar e sempre que a criança utiliza um material ela o guarda onde estava, do jeito que estava e com isso trabalha seu senso de ordem. Existe uma área chamada de vida prática na qual a criança aprende a cuidar de si, cuidar dos animais e plantas da escola e ainda na área de ciências e geografia existe toda uma preocupação com o meio ambiente.
E o educador, faz o quê?
O papel do educador é essencial na escola do futuro. Sua função é ser um modelo de conduta, interagir quando solicitado permitindo que seu filho conquiste a auto-educação com muita alegria e consciência do que está buscando para si.
No mundo inteiro as Escolas do futuro estão em alta. O número de seguidores da Dra. Maria Montessori aumenta a cada dia. Está na hora do Brasil despertar para esta educação do futuro!
Camila Isola Guimarães, pedagoga licenciada pela UNICAMP, diretora da Escola Montessori de Campinas e mãe do Pedro, do João e da Helena
Imagem Cacá Dominiquini
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