"A inteligência da criança observa amando e não com indiferença - isso é o que faz ver o invisível." | Maria Montessori

Carboidratos, proteínas, gorduras...

Quando se fala em alimentação e nutrição, o pensamento vigente consiste em dividir os alimentos como fontes de proteínas, carboidratos, gorduras. A partir disso, chocolates e doces tornam-se fonte de energia, bolachas recheadas são inofensivas se enquadradas dentro das necessidades calóricas diárias, vitaminas podem ser repostas através de suplementos alimentares. Verduras, legumes e cereais integrais tornam-se uma "obrigação", imposta às crianças e subvertida pelos adultos.

Isso é triste, e pode se tornar trágico. Comer é a maneira direta de se ligar à Vida, e à medida que nos distanciamos de nosso corpo, de suas reais necessidades, vamos nos desligando das forças vitais, nos desconectanto de nós mesmos, e passamos a ser uma porta aberta às doenças, que vem sinalizar que algo não está indo bem...

Mas como proceder?

Ver a alimentação como vida e transmutação - embora soe algo esotérico, poético ou abstrato - é essencial: energias e formas se convertem em outras formas e energias, os alimentos passam pelo processo metabólico do organismo, formando-o e tornando-o apto a interagir com o ambiente. Este corpo pode, então, desenvolver suas potencialidades e estar sempre disposto ao movimento e vontade de nossa personalidade, nossos anseios, nossos sonhos. Isto é a Vida!

O conceito descrito abaixo foi criado pelo Dr. Edmond Bordeaux-Szekely e, de acordo com Conceição Trucom, pode ser de grande ajuda para nos orientar nas escolhas alimentares, sem precisar fazer uso de tabelas ou memorizações.



ALIMENTOS BIOGÊNICOS, BIOATIVOS, BIOESTÁTICOS e BIOCÍDICOS

O texto abaixo foi extraído e adaptado do livro: Você sabe se desintoxicar (Dr. Soleil, Ed. Paulus)


1) ALIMENTOS BIOGÊNICOS - assim chamados os alimentos que GERAM VIDA

São a base ideal da alimentação, usando um ponto de vista qualitativo. São os germes e os brotos dos grãos, dos cereais, das leguminosas, das ervas e das hortaliças.

Germes e brotos são as plantas no início de seu crescimento, portanto extremamente ricas em substâncias chamadas de micronutrientes. São as vitaminas, sais minerais, oligoelementos, aminoácidos, enzimas, hormônios vegetais, estimulantes biológicos, etc.).

Ao ingerirmos esse tipo de alimento cru e fresco eles irão reforçar a vitalidade das células e permitir que elas se regenerem constantemente.

2) ALIMENTOS BIOATIVOS - os que ativam a vida

São a base ideal da nossa alimentação do ponto de vista quantitativo. São as frutas, ervas, hortaliças, leguminosas, nozes (sementes oleaginosas), os bagos, grãos e cereais que já estão maduros e são consumidos em perfeito estado, crus ou deixados de molho.

Os alimentos que geram a vida, e os alimentos que ativam a vida são considerados ALIMENTOS VIVOS. Foram previstos pela natureza para assegurar a vida e o bem estar do ser humano. Seu consumo traz vitalidade e saúde em qualquer idade.


3) ALIMENTOS BIOESTÁTICOS - os que diminuem a vida

São os alimentos cuja força vital foi reduzida pelo tempo (alimentos crus armazenados por muito tempo), pelo frio (refrigeração e congelamento) ou pelo calor (cozimento). Estão inclusos aqui as carnes, o leite e derivados e os ovos.

O consumo de alimentos bioestáticos é o resultado de hábitos sociais. Seu consumo assegura o funcionamento mínimo de nosso organismo, mas provoca o envelhecimento das células, pois não lhes fornece as substâncias vivas necessárias para sua saudável regeneração.

4) ALIMENTOS BIOCÍDICOS - os que destroem a vida

São alimentos que predominam na alimentação moderna. São os alimentos cuja força vital foi destruída pelos processos físicos ou químicos de refino, conservação ou preparo (forno e fogão, por exemplo).

Os alimentos biocídicos foram inventados pelo homem para sua própria perda.

Ganham em praticidade, perdem em qualidade. Ganham em prazer, perdem em saúde.

É o caso do açúcar e sal refinados, chás de folhas tostadas, café, chocolate, bebidas alcoólicas, frituras, alimentos industrializados e aditivados, margarinas, óleos refinados, etc.

Envenenam pouco a pouco as células com as substâncias nocivas que contêm. É preciso saber que, mesmo em pequenas doses, qualquer produto químico adicionado aos alimentos é tóxico.

Os processos agrícolas modernos e a industrialização introduzem no organismo substâncias que paralisam o instinto alimentar, perturbam a assimilação e bloqueiam a eliminação. Enfraquecem aos poucos o sistema imunológico, causam vários problemas de saúde e abrem portas às chamadas doenças da civilização: doenças cardiovasculares, câncer, reumatismo, diabetes e outras doenças degenerativas e mentais.


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